O Packing house

Em 2010 os nosso parceiros Holandeses decidiram que a hora de nós termo o nosso packing chegou. Antes alugávamos o packing de Cruz das Almas e mangabeira, mas o processo era laborioso e fugia frequentemente do nosso controle. A decisão foi de vender na EU uma fruta de CAT 1 ++, superior à maioria da fruta comercializada lá fora e assim obter um prêmio sobre as vendas que remunerasse os custos para obter essa qualidade.

A procura do lugar certo provou-se complexa, pois carretas de 30 a 40 toneladas entregariam os containers refrigerados para serem carregados com a nossa fruta. Isso implicou em inúmeros aspectos logísticos até que consultamos os nossos transportadores habituais. Depois de outras longas conversas e investigações, chegamos a decisão de colocar o packing house a 400 metros da BA001 (acesso), numa planície que precisava poucos trabalhos para preparar o galpão (custo) e em lugar ventilado e seguro (qualidade de vida).

Com o vilarejo de Camassandi bem perto, nós nos asseguramos mão-de-obra farta e sem necessidades de transporte. Negociações com os anciões da vila abriram a estrada para uma parceria que dura até hoje, discutimos treinamento e em oito meses construímos um a fábrica de beneficiamento das mais modernas, e bonitas, do Nordeste do Brasil.

Imediatamente criamos as nossas marcas: a Forest Green para CAT 1 ‘normal’ e mais tarde adicionamos também uma outra marca, a Peralba, para CAT 1 +, mas para um mercado ainda mais exigente.

E desenhamos um novo tipo de caixa pop-up, inexistente no Brasil: a nossa caixinha!
Além de ser feitas com material bem mais resistente dos produtos nacionais, elas protegem muito mais da humidade que se acumula ao longo dos 12 dias de travessia no mar para chegar de Salvador até Rotterdam. O tipo de papelão usado não é produzido no Brasil, em quanto é aceito pelas autoridades europeias como adequado para conter produtos comestíveis adicionalmente traz mais uma vantagem para nós: não precisa de maquinários adicionais para serem abertas pelas empacotadoras e são muito mais resistentes a compressão. Mas o mais importante é que os supermercados apreciam e preferem (e alguns até pedem) esse modelo de caixinha pois, pelas suas qualidades intrínsecas (desenho, lucidez das imagens, apresentação, resistência ao manuseio, ordem do conteúdo) podem ser apresentadas ao público e atraem maior atenção nas prateleiras.

Para nós também essa solução se tornou muito atraente (apesar do trabalho sem fim de receber containers cheias de caixinhas, descarrega-las no porto, traze-las para o packing, respeitar todas as exigências burocráticas que acompanham um processo de drawback, sem falar dos custos adicionais envolvidos) pois adiciona um elemento positivo não indiferente no manuseio no da fruta packing.

Apesar de todos esses pro e cons., a experiência demostrou ao longo de anos que vale a pena usar essas caixinhas quase exclusivamente por um elementos adicional: podemos empacotar num container refrigerado 6048 até um máximo de 6336 caixinhas ao invés das 5240, número máximo permitido se usarmos as caixinhas produzidas no Brasil. Aqueles 13% a 17% a mais no número de caixinhas despachadas a cada container entregue faz uma diferença grande no fim do ano!

Grandes cuidados foram tomados para o conforto dos trabalhadores: as instalações incluem banheiros separados, enfermaria, sala de troca de roupas, refectório com geladeira, fogão, sala de descontaminação, escritório. Imediatamente iniciamos um processo de treinamento sobre práticas sanitárias e de limpeza básicas, inclusive para pessoas que não sabiam ler ou escrever.

Compramos maquinários que na época eram os mais modernos disponíveis no Brasil, duas camarás frias de 80m2 cada, furamos o nosso poço artesiano assegurando uma agua pura, instaláramos um gerador de emergência de 30KV, um processo de esgotos e de purificação ambiental e tudo o que é necessário numa instalação desse tipo. E tudo naturalmente de acordo com as regras do GlobalGAP!
com os operdores selecioom Com os primeiros 32 operadores iniciamos introduzir as disciplinas de seleção e embalagem de fruta para exportação.

Quem conhece as regras do GlobaGAP sabe exatamente o que tudo isso significa: limpeza absoluta do chão, das maquinas, das roupas, das mãos, dos cabelos, das unhas, dos anéis… e aí vai.
E também práticas de trabalho: troca de roupas, entradas no packing sempre após desinfecção da mãos e pês, visitas aos serviços com dupla desinfecção de mãos e pês, uso de luvas, tocas, uniformes, sapatos, horários, e aí vai…

Para quem nunca trabalhou com essas disciplinas foi uma lição e tanto… e para nos também: como arregimentar tal pessoal precisou de tato, firmeza, lábio e paciência. Mas os nossos esforços pagaram bem: hoje temos um time totalmente dedicado e treinado com eficiência e eficácia muito boa, na opinião de vários visitantes experientes nesse tipo de operação, bem acima da média nacional e bem mais acima da média da Bahia.

E iniciamos embalar no nosso packing.

E agora destinação Holanda!!